segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O ataque feminino

Voltei a dar aulas de teatro. Dessa vez a turma só tem mulheres. Meninas. Que devem ter entre 7 e 11 anos.

É incrível ver a diferença entre os sexos, que nessa idade fica ainda mais acentuada. Eu sou bem menininha, mas não tô nem falando de meninos gostam de futebol e meninas de boneca porque isso já era. A maioria das minhas alunas joga futebol e deixa muitos meninos no chinelo... Mas algumas coisas nunca mudam...

Entrou um bicho na sala. Verde, longo, com umas patas longas e magras. Não era grilo. Era maior e mais feio. Ele apareceu no meio de uma cena, todas pararam e obviamente ele virou o protagonista. Mas depois de muito pedido meu, elas voltaram para a máquina do tempo na cena que estavam fazendo. Mas o bicho não me deixaria ir embora sem ver essa cena hilária...



Ele começou a voar. Surgiram umas asas enormes nele (que fizeram ele ficar pequeno) e ele rodopiava pela sala toda. Confesso que até eu fiquei meio nervosa, mas as meninas... Foi uma histeria coletiva! Elas berravam com o maior dos agudos, corriam, puxavam cabelos, levantavam braços... até chorar uma chorou. Saíram todas correndo pelo corredor em pânico! Foi um verdadeiro alvoroço.

Até que entra o pai de uma delas, que por acaso estava por ali esperando a saída e, depois de dar um tapinha com a vassoura, pega o bicho verde com a mão – eu disse MÃO – e leva o monstro embora. Na verdade qualquer menino de mais de cinco anos teria feito a mesma coisa num piscar de olhos e ainda haveria briga pra ver quem ia pegar no voador. Mas as meninas agradeciam e agradeciam o sujeito, me perguntando “quem é? Quem é?”... E é por isso que eles passam a vida se achando heróis...

Contando ninguém acredita!


Por Fernanda